quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O COMPLEXO ÉDIPO E SUA DISSOLUÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE

   Complexo de Édipo é um conceito psicanalítico que foi criado por Sigmund Freud próximo ao século XX. Ele usou como base sua experiência clínica bem como a sua autoanalise. Também se utilizou das peças teatrais do grego Sófocles, em particular a peça Édipo Rei. Nesta peça de Sófocles (Cf. SÓFOCLES, 2006), Édipo sem saber que Jocasta é sua mãe, se casa com ela, após assassinar o próprio pai, Laio, inconsciente do parentesco entre ambos. Ao consultar o oráculo e descobrir que ele havia matado Laio, e que se tratava de seu pai, ele cega a si mesmo enquanto a mãe e mulher Jocasta se suicida. Este conceito é essencial e universal para a psicanálise, ele desperta na criança sentimentos opostos, de amor e de ódio, direcionados para aqueles que estão mais próximos. 
    O Complexo de Édipo como já foi citado é um conceito psicanalítico que foi criado por Sigmund Freud próximo ao século XX, e é um dos pontos mais importantes para a construção da teoria psicanalítica.
   Vamos a um pequeno resumo da peça; Édipo Rei segundo Sófocles:  Diante do Palácio do Rei Édipo em Tebas (Cadméia), há um movimento e o povo ajoelha-se em partes dos altares carregando ramos de louros e oliveira, entre os anciões há um sacerdote de Júpiter. Então Édipo sai pela porta central aprecia o povo e pergunta qual a motivação de estarem prostrados diante o altar e carregarem ramos, também percebe o cheiro de incenso pela cidade, gemidos e cânticos fúnebres. Édipo quis ir pessoalmente até seu povo, para ajuda-los. O Sacerdote suplica pelo povo, diz que há gente de doto tipo no local, e Tebas está vivendo uma crise de calamidades, e como Édipo já havia salvado o povo uma vez, suplicava que o fizesse outra boa ação novamente, Édipo então responde que diante o sofrimento de todos, o mais aflito era ele, mas Creonte seu cunhado foi por ele enviado ao templo de Apolo para consultar o oráculo e saber o que os salvaria. O Sacerdote então anunciou que Creonte estava de volta, Édipo então clamou que esperava uma resposta favorável de Apolo. Creonte entra na cidade de Cadméia e comunica que o Rei Apolo ordena que se purifique a terra da mancha que ela mantém para que não se torne incurável, Édipo questiona qual o meio da purificação e de que mancha se trata, Creonte responde que deve expulsar ou punir o assassino do príncipe Laio, antes mesmo de se tornar rei daquele país. Édipo já ouvira falar de Laio, mas nunca o viu, e pergunta como que iriam descobrir o assassino e onde ele se encontrava. Creonte responde com a afirmativa do oráculo que o assassino se encontra na cidade, e que após descobrir o assassino o sangue que maculou a cidade purificará. Édipo questiona onde aconteceu o assassinato e pergunta se ninguém viu, se havia alguma testemunha, Creonte responde que Laio saiu para consultar o oráculo e nunca mais voltou, com ele havia cinco homens que foram mortos com exceção de um que fugiu e nos disse que foram salteados por numeroso bando. Édipo continua a questionar o motivo pelo qual não foi investigado o assassinato o que os impediu, Creonte disse que a Esfinge com seus enigmas, os obrigaram a deixar as investigações de lado. Então Édipo se pôs a cuidar das investigações e voltar à origem do crime, para reabilitar e vingar a divindade do país com suas próprias causas; mandou o povo se reerguer e não recuar diante dos obstáculos que certamente viriam. O Sacerdote pede para que o povo se levante, pois o que eles foram pedir fora ouvido e que de fim ao que a tortura, então Édipo, Creonte, o Sacerdote saem e o povo se retira. O Coro pede pelas doces palavras de Zeus, pela cura de Apolo, pela filha de áurea Esperança, pela filha de Zeus, por Diana protetora da pátria, Dileta filha dourada de Júpiter para que envie o socorro, Anfitrite, Júpiter e o rei Lício. Édipo ouve as súplicas e responde que o que eles pediram aos deuses virá sem demora se ouvir o que ele tem para dizer, então pede que se haja alguém que reconhece o assassino, ou se for amigo dele, ou então saiba indício sobre quem matou Laio está intimado a ir até Édipo para assim dizer, e até mesmo o próprio assassino confessar, se é estrangeiro ou da cidade mesmo, sua condenação é ser para sempre maldito. 
    Corifeu se contrapôs e disse que não havia sido ninguém dali que cometera tal assassinato, Édipo achou justo mas disse que não iria impor a divindade e proceder contra sua vontade. Novamente Corifeu respondeu que traria nova ideia, e disse que conhecia alguém que teria os mesmo conhecimentos de Apolo, seria Tiresias, e se perguntassem a ele, o mesmo tiraria todas as dúvidas. Tresias chegou ao local acompanhado por um menino, pois era cego, Édipo logo explica que se ele desvendasse o assassino de Laio, eles se livrariam do flagelo que os maltratam. Tiresias se recusa a dar uma palavra se quer sobre o assunto, e Édipo então o acusa de ser o assassino ou cúmplice, Tiresias se ofende e diz que Édipo não sabe o que fala, a partir daí ambos começas a trocar acusações, até que Édipo acusa seu cunhado Creonte, pensa que ele preparou uma armação, e estava de cumplicidade com Tresias. Corifeu entra na discussão e diz que Édipo e Tiresias estavam irados, e não era estas acusações que era o importante e sim o que o oráculo havia dito. Édipo ordena que Tiresias vá embora, e o chama de tolo, Tiresias responde que para os pais de Édipo ele não era considerado tolo, e revela que o assassino que tanto procura é ele mesmo e faz revelações sobre Édipo, e vai embora. Já no palácio Édipo irritado, por tais injúrias, começa a discutir com Creonte, pois tem certeza que Creonte é um traidor, Creonte tenta se defender Corifeu o defende, mas não adianta e Creonte é expulso do país. Jocasta entra no palácio e pergunta o que se passa por ali, Corifeu explica a ela, e então Édipo começa a fazer perguntas a Jocasta; ela diz que o destino de Laio era morrer pelas mãos do próprio filho, mas foi assassinado por salteadores estrangeiros numa encruzilhada de três caminhos. Édipo pergunta há quanto tempo aconteceu o Crime e como Laio era, Jocasta responde que um pouco antes de Édipo chegar a cidade e que Laio era corpulento e de cabelos grisalhos, Édipo fica assustado, pois tudo começa ter sentido, e teme pois amaldiçoou ele próprio sem saber. Jocasta duvida que ele tenha sido o autor do crime, mas Édipo conta sua história, conta que 
saiu de Corinto, pois foi revelado a ele que ele mataria seu pai e se casaria com sua mãe, mas um pouco depois chega um Mensageiro avisando que o pai de Édipo havia morrido por velhice, Jocasta o acalmou, dizendo que a revelação não procedia, pois ele não havia matado seu pai e nem casado com sua mãe, mas o Mensageiro revelou que ele não era filho de sangue de Políbio e Mérope, e que um servo em Citéron havia entregado Édipo ao mensageiro para que ele o cuidasse como seu filho, o mensageiro desamarrou os pés de Édipo que tinha as extremidades dos pés furadas, é daí que vem seu nome.
    Então Édipo pede para chamar o tal Servo que entregou ele ao mensageiro para ver se a história procedia ou não, quando o Servo chegou confirmou a história do mensageiro e Édipo descobriu que matou seu pai e casou-se com sua mãe. Jocasta saiu correndo para seus aposentos e se matou.  Um Emissário dá a notícia para Édipo, que por sua própria condenação, furou seus olhos e vagou nas montanhas de Citéron. (Cf. SÓFOCLES, 2006).  
    Édipo quebra o tabu do incesto e desencadeia uma tragédia. Na pratica o Complexo de Édipo ocorre geralmente entre crianças de 3 a 6 anos de idade que, têm sentimentos amorosos intensos por um de seus genitores e querem possuí-lo com exclusividade, e ao mesmo tempo elas sentem ódio intenso pelo outro genitor. Normalmente os sentimentos de amor são pelo genitor do sexo oposto, os meninos amam a mãe e odeiam o pai, as meninas querem possuir o pai e odeiam a mãe.  O complexo de Édipo permite que a criança faça a transição do campo dos instintos e dos impulsos para o domínio cultural. Para que a criança possa reprimir sua libido (energia direcionada para toda forma de prazer) ela passa por um mecanismo simbólico de castração. O processo de castração proporciona a inibição sexual do individuo. Com medo de ser castrada, a criança oculta os sentimentos e desejos, e os canaliza para o ingresso no âmbito social. Assim ela opta pelos valores da civilização e deixa para trás qualquer vestígio incestuoso, agora restrito ao seu inconsciente. I. Ward (2005). Dado a resolução do complexo de Édipo, vem à consciência, ou “superego” onde as crianças aprendem a não agir por impulsos violentos, e obedecer às regras da civilização. R.Young (2005).  
    Esses sentimentos e desejos edipianos costumam reaparecer na adolescência quando eles ficam rebeldes, fazem experiências com sua identidade sexual e provocam sérios problemas e atormentam a vida dos pais. Podemos citar aqui a angustiante falta de comunicação entre James Dean e seu pai no filme Juventude Transviada (1955), também a falta de dialogo entre pai e filha e entre o filho do vizinho e o pai em Beleza Americana (1999).  
Freud em sua Autobiografia (1925) diz que na puberdade são reativados os impulsos e investimentos objetais do primeiro período, e também as ligações emocionais do Complexo de Édipo. Ele diz que na vida sexual da puberdade há uma luta entre os impulsos dos primeiros anos e o período de latência.  
    As pessoas que não são capazes de superar o complexo de Édipo ficam imaturas, incapazes de progredir e por muitas vezes elas se sentem dependentes do pai ou da mãe, ou de ambos. Não conseguem conter suas dificuldades psicológicas, e passam a manifestá-las, sentem-se estagnadas, não conseguem controlar seus impulsos e não se dão bem na carreira profissional e nem em relacionamentos. R.Young (2005). 
    Podemos citar a estranha relação entre mãe e filho no filme Os Pássaros (1963), normalmente as adversidades de um Complexo de Édipo mal resolvido são transmitidas de uma geração à outra, quando os pais têm uma relação complicada com os filhos, eles também apresentarão dificuldades nos papéis de pai e mãe. Em sua obra O Mal Estar na Civilização (1930), Freud afirma que essas são questões primordiais que constituem os fundamentos históricos e emocionais da cultura, da lei, da civilidade e do decoro.  
    Já vimos como ocorre o Complexo de Édipo e como se da a sua resolução bem como as consequências de um conflito edipiano não resolvido. Pois bem, se observarmos a história da humanidade ao longo dos anos, iremos notar que existe um fenômeno de progresso que rege as transformações biológicas, sociais e também as psicológicas.  
    O campo de observação de Freud foram suas pacientes histéricas, oriundas de famílias organizadas dentro de modelos ainda muito conservadores, sujeitos às consequências da repressão religiosa da Idade Média. Hoje vivemos o resultado de uma maior liberdade de pensar e agir, com os modelos familiares se sujeitando a inúmeras reformas e novos formatos. Portanto, as causas dos transtornos neuróticos vêm passando por mudanças ao longo do tempo. Com o advento da Renascença, e o Humanismo dela decorrente, houve uma dispersão do discurso sobre sexo e outras formas mais liberais e menos preconceituosas de entendimento foram sendo elaboradas. A confissão, que antes era atributo da relação com o sacerdote, passou a ser vivida no próprio lar, e pais e filhos passaram a discutir mais sobre as questões sexuais, disseminando informações entre as crianças desde muito cedo, o que facilitou a compreensão das diferenças nos corpos masculino e feminino.  
    A decorrência mais imediata dessas mudanças contemporâneas foi a perda do medo da punição, da raiva da menina em relação à mãe e da sensação de superioridade masculina. Esses tem facilitado a elaboração do Complexo de Édipo, evitando a intensidade do recalque primário que, mesmo podendo existir, e realmente isso parece acontecer, se torna menos traumático e menos propenso a estabelecer comportamentos neuróticos dessa natureza.   O surgimento de uma numerosa população com problemas econômicos e políticos, ajudou na elaboração de planos e medidas para “regular o sexo”, sendo assim necessário analisar a taxa de natalidade, a idade do casamento, a precocidade e a frequência das relações sexuais, a maneira de torna-las fecundas ou estéreis. E com todas essas preocupações, o sexo passou a despertar as atenções de pedagogos, psiquiatras e psicólogos, elaborando discursos acerca do sexo das crianças, e estabelecendo dentro dos parâmetros psicológicos um conjunto de perversões sexuais.   
     A sociedade contemporânea têm buscado estabelecer cada vez mais a igualdade entre as varias diferenças entre gêneros, cor, raça, opção sexual, situação econômica e etc., com isso podemos perceber que há uma grande mudança nas constituições familiares. O conceito de família pode ser considerado, até certo ponto, subjetivo pois depende de quem a define, do contexto social, político e cultural em que ele esta inserido.   O aumento do numero de separações e divorcio contribuíram para o surgimento de organizações familiares alternativas como, casamentos sucessivos com parceiros distintos e filhos de diferentes uniões, casais homossexuais criando filhos e depois adotando legalmente, mães solteiras que criam seus filhos sozinhas, avós que criam netos e assim por diante. A família contemporânea é marcada por muitas evoluções e conquistas. As relações entre os membros são dinâmicas, e muitas vezes elas até se invertem, os direitos e deveres são iguais entre os pais. Como podemos analisar o Complexo de Édipo e os conceitos psicanalíticos diante de todas essas progressões que a instituição família veio passando ao longo dos anos?  Pois bem, esses papéis; “pai” e “mãe” são mais simbólicos do que concretos, eles podem ser representados por personagens diferentes. Mas será que essas alterações de representação simbólica poderiam estar interferindo na formação da personalidade do individuo contemporâneo? Na orientação sexual, nos comportamentos entre os homens e mulheres do nosso tempo?   Como nenhuma criança pode escapar do Complexo de Édipo, ela de alguma forma irá vivenciar e superar ou não esse conflito independentemente da constituição familiar, podendo então direcionar os impulsos de amor e ódio às pessoas que estiverem mais próximas. Porém podemos dizer que existem consequências consideráveis em função disso.  A resolução do Édipo pode ser prejudicada, não havendo uma construção de limites do próprio ego, quando essa resolução deixa de ser consistente, ela abre lacunas para as transgressões da lei livre do sentimento de culpa. Podemos ilustrar isso com as noticias de corrupção, as infrações e crimes que vemos nos dias de hoje o tempo todo.  
  Também a definição da sexualidade pode estar ficando comprometida, principalmente se analisarmos que o papel do pai hoje em dia se mistura muito com o da mãe. Isso abre uma flexibilidade nesta polarização que por consequência poderá resultar em comportamentos homossexuais.  Por outro lado, as diferenças de papéis entre pais e filhos também foram diminuindo, os filhos passaram a ser ouvidos e respeitados também. Essa significante melhora entre as relações familiares se reproduzem também nas demais relações sociais. Isso tudo contribui para a formação de seres humanos menos submissos e mais valorizados e capazes de desenvolver relações saudáveis.
   Em virtude da literatura pesquisada, entendemos que Freud através da peça de Sófocles; "Édipo Rei", explicou os sentimentos de amor e ódio que é despertado na criança entre 3 e 6 anos de idade, e conceituou essa ocorrência como: "Complexo de Édipo". O complexo de Édipo permite que a criança faça a transição do campo dos instintos e dos impulsos para o domínio cultural, e que a partir do processo de castração a criança oculta seus desejos e sentimentos guardando-os no seu inconsciente.      O complexo contribui para que as crianças aprendam a não agir por impulsos violentos, e obedecer às regras da civilização, fazendo com que ela compreenda as regras do mundo adulto, e a partir desse ponto a pessoa passa a ter consciência de seus direitos e deveres perante a sociedade. A contemporaneidade possibilitou mudanças no Complexo de Édipo; o medo da punição, da raiva da menina em relação à mãe e da sensação de superioridade masculina; esses têm facilitado a elaboração do Complexo de Édipo, evitando a intensidade do recalque primário que, mesmo podendo existir, e realmente isso parece acontecer, se torna menos traumático e menos propenso a estabelecer comportamentos  neuróticos  dessa  natureza.
   Conclui-se que, nos tempos de hoje as configurações familiares se modificaram, a sociedade contemporânea busca a igualdade, entre cor, raça, opções sexuais, dentre várias outras formas.
   Nos tempos atuais não se tem como base só famílias tradicionais, que são formadas pelo pai, mãe e filhos, como também, duas mães ou dois pais. Com todas essas alterações, portanto, ocorrem também as mudanças nas representações dos papéis, e, também na resolução e/ou dissolução do Complexo de Édipo


Vagno Sanches
Psicólogo Clínico - CRP 06/131202 
vagnopsico@gmail.com
(17)997053069


REFERÊNCIAS 

FREUD, Sigmund. A dissolução do complexo de Édipo, volume XIX da Edição Standart Brasileira, Imago Editora, Rio de Janeiro, 1974.   

FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização, novas conferencias introdutórias à psicanálise e outros textos, volume XVIII da coleção Obras Completas, Companhia das letras, São Paulo, 2010.    

FREUD, Sigmund. O eu e o id, “autobiografia” e outros textos, volume XVI da coleção Obras Completas, Companhia das letras, São Paulo, 2011.    

YOUNG, Robert M. Complexo de Édipo, RJ, Dumará-Ediouro, 2005.   
SÓFOCLES. Édipo Rei. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2006.  

WARD, Ivan Castração, RJ, Dumará-Ediouro, 2005.  

ZIMERMAN, David. 1º Congresso Nacional de Psicanálise Contemporânea, São Paulo, 2006.   

COHEN, Bruce; JINKS, Dan; BALL, Aalan; MENDES, Sam. Beleza Americana. [Filme-vídeo]. Produção de Bruce Cohen, Dan Jinks e Alan Ball, direção de Sam Mendes. DreamWorks Distribution LLC United International Pictures. Estados Unidos 1999, 122 min. color.son.   

RAY, Nicholas. Rebel Without a Cause (br: Juventude transviada.[Filme-vídeo]. Produção de Nicholas Ray. Estados Unidos 1955, 111 min. color.son.   

HITCHCOCK, Alfred. Os Pássaros. [Filme-vídeo]. Produção de Alfre Hitchcok. Estados Unidos 1963, 119 min. color.son.   























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